REDE ARGENTINA, 1 ABR – La Boca é um bairro querido pelos argentinos (e os brasileiros), não apenas por causa do clube de futebol mais famoso do mundo, mas porque é um bairro tradicional de trabalhadores imigrantes e nativos que foi forjado às margens do Riachuelo, um afluente do Rio da Prata.

Mas o artista Juan Maresca, filho do bairro, propôs que o bairro onde passou a infância ultrapassasse muitas fronteiras, até as da imaginação, aproveitando a arte, a narrativa, o futebol e a inteligência artificial, que permite ver e passear pelo bairro, almoçar com ícones como Elvis Presley, ou com Paul McCartney e Andy Warhol misturados entre os vizinhos. O clube Boca Juniors acabava de comemorar o bicampeonato da Copa Libertadores conquistado em 1977 e 1978. Uma chance de conhecer melhor La Boca é visitar a exposição «La Boca, 1979», que será realizada no Museu Benito Quinquela Martín, localizado a poucos metros da Rua Caminito, de 8 de abril a 19 de maio.

«La Boca, 1979» é uma exposição imersiva e comovente que se apresenta como um foco visual e narrativo do ano em que os extraterrestres chegaram ao bairro de La Boca, transformando a vida cotidiana em uma memória coletiva de amor e comunidade.

A exposição criada por Maresca traz à vida memórias de infância, misturando nostalgia e alegria em mais de 350 imagens que capturam a alma do bairro. Maresca, um filho do bairro, usa sua arte para evocar histórias e emoções de uma época em que o extraordinário se tornava cotidiano.

A mostra leva os visitantes em uma jornada por 24 momentos importantes de 1979, exibidos em mais de 350 Polaroids de imagens grandes. Cada ponto ao longo do caminho conta uma história única, oferecendo, por meio da tecnologia QR, uma experiência imersiva e histórica que evoca o espírito de La Boca na época.

«Eu me prostituí como publicitário por muitos anos e chegou a hora de me dedicar ao que eu sempre deveria ter me dedicado: a arte em sua definição mais pura», confessou Maresca em uma entrevista à REDE ARGENTINA.

Nesse projeto», explicou ele, «eles não nos invadem, não vêm para nos aterrorizar». «La Boca, 1979″ é uma história de amor, de amor pelo que é diferente, onde todos vivemos juntos, unidos, sem brigas, porque há um amor maior que é a comunidade, os vizinhos e o clube».

A chegada da inteligência artificial se tornou o catalisador para que Maresca, com sua habilidade e criatividade, recriasse o La Boca da década de 1970, dando-lhe nova vida por meio de imagens nostálgicas e uma narrativa de amor e pertencimento.

«Quando a IA da MidJourney chegou em 2023, fui direto para o estúdio deles. Fiquei impressionado com o potencial dessa tecnologia. Para mim, foi uma oportunidade de colocar minha imaginação para trabalhar. Comecei a tentar imitar a nostalgia do meu bairro de infância. Procurei as lentes daquela época, as cores, os tons de luz, a atmosfera. Depois de inúmeros testes, consegui criar uma macro que gera as fotos do projeto «La Boca, 1979», capturando as sensações daquela época. Foi assim que nasceram as imagens que você pode ver.

Mas essa é a primeira metade do trabalho visual. A outra metade é feita manualmente no Photoshop, retocando, ajustando detalhes, cores ou o que eu considerar necessário para tornar a imagem bonita e plausível, convidativa para ser observada».

A ideia nasceu no Instagram: @laboca1979. «Um pouco cansado do ódio nas redes sociais, senti que havia uma oportunidade de criar um pequeno oásis no deserto das más vibrações. Tive a ideia de criar a primeira fake news positiva e gerar uma mensagem de amor usando memórias da minha infância na vizinhança. A ideia foi originalmente criada para mim e meus amigos, 30 ou 40 pessoas, e agora há mais de 7.000 pessoas que eu nem conheço, que me escrevem lindas mensagens e que ficaram entusiasmadas com a narrativa do projeto, apesar de estarem no Instagram. «

Maresca foi reconhecido como uma voz emergente na arte, sua exposição no Museu Evita sobre «Evinha», a Evita nascida no Nordeste brasileiro, atraiu mais de 20.000 pessoas e encantou a Presidente Dilma Rousseff do Brasil.

Além disso, suas obras foram selecionadas para viajar com o Museu Evita ao redor do mundo. Juan também capturou em tela uma coleção chamada «Orgulho de ser argentino», exibida nos pavilhões da Tecnópolis, e capturou a essência das virgens de toda a América Latina em papel.

Ele expôs no famoso Memorial da América Latina em São Paulo. Sua arte foi reconhecida como uma das melhores de seu país, fazendo parte de uma seleta lista de 30 artistas escolhidos para homenagear os 30 anos de democracia com suas obras.

Hoje, em seu ateliê em Modena, Maresca continua a desafiar os grandes mestres da arte, buscando a perfeição e compartilhando sua visão única com o mundo. Maresca, nacido e criado em La Boca, viveu por 11 anos em São Paulo, Brasil, antes de se mudar para a Itália.

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