REDE ARGENTINA, 27 jan — Grandes casarões do início do século XX, com vitrais, amplos jardins, escadas de mármore, vestígios de Art Déco e Art Nouveau, abertos para oferecer ao turista um mix que lhe permitirá saborear uma comida requintada junto com joias arquitetônicas de Buenos Aires.
Numa cidade tão grande como Buenos Aires, nem tudo está “no centro”. É preciso percorrer alguns de seus bairros para ter acesso a esses verdadeiros exemplos do que foi o desenvolvimento da capital da Argentina como cidade cosmopolita nos anos 1900. Por exemplo, “La Villa” está localizada no bairro Villa Devoto, (foto) na zona noroeste da cidade. Esta residência está rodeada de amplos espaços verdes que geram uma sensação de amplitude e silêncio, permitindo-lhe refugiar-se do barulho da cidade.
Aí poderá saborear um dos melhores “olhos de bife” (foto) acompanhado de Batatas Confit e Portobellos, ou ainda optar por um salmão crocante por fora, mas fresco e de consistência macia por dentro. Tudo isso acompanhado das melhores bebidas e vinhos selecionados, dentro de um cardápio limitado.
O casarão Avenatti – como era conhecido anteriormente – tem estilo acadêmico italiano em um prédio de dois andares, com jardim em estilo francês, onde você também pode saborear saborosos pratos e bebidas.
Teremos que ir um pouco mais ao norte para acessar os Bosques de Palermo onde está localizado “Selena”, um exótico chalé de quase 150 anos onde funcionou a primeira entrega de leite fresco da cidade, e talvez de toda a Argentina. Recentemente restaurado, este edifício tem vista para o Lago Victoria Ocampo e para o Patio de las Esculturas, de Monumentos y Obras de Arte (MOA).
Além do café “especial”, são oferecidas opções de café da manhã ou brunch, com pratos salgados e doces, além de saladas que contêm as proteínas necessárias para proporcionar saciedade. A oferta completa-se com pequenas porções de comida para acompanhar uma bebida ou um copo de vinho.
Muito perto fica «Águila Pabellon», (foto) uma mansão art nouveau de 1905 com vista para o antigo zoológico que se tornou um Ecoparque. Ali funcionava a tradicional Confeitaria “El Águila”, que tinha entrada para carruagens.
Declarado património histórico, este edifício esteve abandonado durante muitos anos. Desde a entrada, os lustres de cristal combinados com as linhas modernas do grande bar central antecipam um estilo que amalgama este cenário de época com detalhes de design mais atuais.
Possui um cardápio tradicional de comida portenha, onde se destaca sua milanesa, tanto bovina quanto suína, até uma entranha com chimichurri e vinagrete (salsa criolla), e um pouco de espaguete com molho de tomate, a reminiscência italiana em Buenos Aires.
O roteiro que une o prazer gastronômico à arquitetura nos leva ao bairro Retiro, em frente à Plaza San Martín, o emblemático Palácio Paz, uma das principais joias arquitetônicas da cidade de Buenos Aires.
Construída no início do século XX por ordem de José C. Paz, fundador do jornal La Prensa e homem da política conservadora argentina da época. É a maior residência privada do país e uma das poucas de Buenos Aires que leva o título de Palácio, dada esta menção pelo desenho e disposição de seus ambientes internos.
Foi concebida como habitação familiar, com quatro pisos, 140 divisões e uma área coberta total de 12.000 m2. Reflexo da arquitetura Beaux-Arts, seu arquiteto foi o prestigiado francês Louis-Marie Henri Sortais.
Hoje abriga a sede do Círculo Militar e um restaurante da rede Croque Madame. Tanto em suas salas internas quanto nos jardins é possível saborear uma refeição verdadeiramente portenha, mas “com um toque moderno” para mesclar o sabor tradicional com os desejos atuais.
A carta de vinhos é extensa, assim como a variedade de ofertas gastronómicas e sobremesas que chegam em porções fartas para quem quer saborear a comida num local inimaginável.
Muito perto fica o Museu Fernández Blanco e dentro dele, Los Jardines de Las Barquin. No local reúnem-se plantas, vinhas e árvores centenárias, além de uma cisterna e azulejos trazidos de Espanha.
Os visitantes também podem se reunir no jardim de inverno, que conta com um amplo bar e algumas mesas em dois decks laterais cobertos com capacidade para cerca de 30 pessoas.
Segundo os seus proprietários, a gastronomia do local “é leve” e há pães de centeio e sobremesas com cevada caramelizada, como se fosse pipoca. Claro que os produtos sazonais são os que prevalecem na oferta gastronómica.