O governo do presidente Alberto Fernandez ordenou a partir de hoje, e até depois das eleições presidenciais de 22 de octubro, o «congelamento» das tarifas de transporte público na cidade de Buenos Aires e na região metropolitana, como forma de evitar um índice mais elevado da inflação, que para 2023 está sendo calculado na casa do  150% por consultores privados.

Como já vinha ocorrendo, as tarifas de ônibus e trem deveriam aumentar de acordo com a inflação, 6,3% em julho, mas a desvalorização de 21% do peso argentino em 14 de agosto, após o primeiro turno do calendario eleitoral, acelerou o aumento dos preços.
Consultores do mercado financeiro estimam que a inflação em agosto poderá saltar para entre 11% e 13%, um nível não visto desde 2002, quando a Argentina desvalorizou sua moeda em 300%, de uma paridade de «1 para 1» com o dólar para US$ 4 para US$ 1 no mercado de câmbio livre.

No acumulado de 12 meses, Argentina tem uma inflação oficial de 113,4% . No ano, o aumento do índice de preços subiu até julho 60,2%.

Além disso, tudo isso aponta para um aumento de preços de 150%, de acordo com estimativas de consultores privados.
Diante desse panorama, o ministro da Economia e candidato do partido governista União pela Pátria (Uxp), Sergio Mássa, suspendeu os aumentos das tarifas de ônibus e trens a partir da sexta-feira 1 de setembro. No entanto, o serviço de metrô (subte) aumentará 30%, chegando a 80 pesos, equivalente a 1,13 reais.

Massa (foto con Lula) lidera uma aliança peronista e ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições, que deixou o ultradireitista Javier Milei, de Libertad Avanza em primeiro lugar com 29,8% dos votos válidos (excluindo os votos em branco e nulos), a liberal Patricia Bulrrich em segundo lugar com 28% e o atual ministro da Economia com 27,2%.

O governo já concordou, em meados de agosto, com um aumento de 12,3% nos preços dos combustíveis, que manterá até depois das eleições presidenciais de 22 de agosto, mas há dúvidas se conseguirá «congelar» os preços das tarifas da eletricidade, que havia concordado em aumentar com o Fundo Monetário Internacional como forma de reduzir o déficit fiscal.

Com relação aos preços regulados, em setembro haverá a sexta parcela dos aumentos de 4,5% nos serviços de telefone, internet e TV paga, um aumento mensal que estará em vigor até o final do ano.

Para compensar a desvalorização, Massa lançou uma série de aumentos salariais para outubro e setembro, especialmente para aposentados e pensionistas. Também foi decretada a redução de impostos para pequenos e microempresários.

 

 

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