(Rede Argentina) SET 8 – Rosário dá as boas-vindas a Fito Páez, um dos «filhos» mais famosos da cidade localizada na província de Santa Fé, berço de artistas populares e ícones da Argentina como Che Guevara e Lionel Messi, com uma exposição sobre a vida do músico que foi inaugurada nesta sexta-feira até 8 de outubro no centro Ciudad Cultural Lavarden.
A exposição é paralela ao estrondoso sucesso na América Latina da série Amor e Música («El Amor Después del Amor», em espanhol), que a plataforma Netflix está exibindo, narrando a vida de Fito, um músico argentino de rock e folk cuja carreira é alimentada por parcerias e influências brasileiras. Fito Paez, um grande amigo do Brasil, é o foco de uma série de homenagens no 30º aniversário do álbum mais vendido da história do rock argentino, «El Amor después del Amor», de 1993.
«Recuerdos que no voy a olvidar» (Lembranças que não esquecerei) é o nome da primeira exposição de homenagem à vida de Fito Páez a ser exibida na Argentina e reúne peças inéditas, como pôsteres, publicações, material audiovisual e fotografias de diferentes momentos da vida do músico na cidade de Rosário.
A exposição tem curadoria de Horacio Vargas e Sergio Rébori, jornalistas da cidade e grandes conhecedores da vida e da obra do músico rosarino. Vargas é o autor da biografia «Fito Páez: La vida después de la vida» e Rébori é um dos mais importantes colecionadores de rock do país e fundador do Museu do Rock de Rosário.
Uma das facetas mais impressionantes do autor de «El Amor después del Amor», «Cacería», «11 y6», «Circo Beat» e «Dale Alegría a mi Corazón» é seu vínculo com o Brasil, algo refletido na série da Netflix e ratificado por seu biógrafo em um diálogo com a Rede Argentina.
«Fito descobriu Tom Jobim em sua casa natal, nos discos de vinil tocados por seu pai, que era um amante da música. Mas não só isso, também João Gilberto e a bossa nova, Elis Regina, Caetano Veloso, Paralamas do Sucesso. Fito guardava muita música, muita música para absorver toda a música que vinha do Brasil», disse Vargas à Rede Argentina.
A exposição sobre Fito Paez em sua cidade natal torna o nativo de Rosário uma espécie de mito vivo a ser reverenciado no cenário musical argentino. «A ideia era fazer um tour pela vida de Fito através de fotografias, revistas, pinturas, desenhos, um pouco de tudo, em sua cidade natal e no lugar onde tudo começou. Há coisas inéditas e a ideia é que as pessoas se surpreendam com a exposição», disse o biógrafo Vargas, que também é jornalista e escritor.
O passeio está estruturado em várias seções ou «ilhas temáticas», onde o público poderá ver, entre outras produções, material fotográfico inédito de um jovem Paez: «Priorizamos mostrar sua vida em Rosário, enfatizando seus primeiros 20 ou 30 anos. Começamos com o álbum de família, com fotos de sua comunhão, de seu pai e de sua mãe, e depois passamos para seus dias de estudante. Um colega de classe da escola Dante Alighieri nos deu fotos de Fito em Bariloche, em sua viagem de formatura. Há também algumas fotos dele tocando em sua escola», disse Rébori.
Haverá também uma projeção audiovisual e raridades em vídeo: «Digitalizamos concertos que não estão nas redes para projetá-los, e eles serão alternados para que as pessoas possam encontrar muitas músicas de Fito em versões que não conhecem», diz Vargas.
Além da coleção de fotos de família, pôsteres originais de seus primeiros shows e diferentes objetos da vida pessoal de Paéz, a exposição reúne toda a sua discografia em formato de vinil, fita cassete e CD. Há também imagens tiradas por fotógrafos locais e uma seleção de capas de revistas com Fito.
Fito Paez tem uma amizade com Caetano Veloso desde os anos oitenta. Caetano tem uma versão de «Un Vestido y un Amor» e também tocou com Paralamas do Sucesso, Milton Nascimento e os Titãs. Nos últimos anos, fez duetos com o carioca Paulinho Moska e viajou especialmente a São Paulo para assistir a shows de Maria Rita e Caetano Veloso.
O artista está com 60 anos e recentemente gravou El Amor Después del Amor novas versões e artistas convidados, entre eles outro ícone brasileiro, Chico Buarque.