Argentina registrou em agosto um déficit comercial com o Brasil de US$ 292 milhões, menor do resultado de julho (US$ -602 milhões) e bem abaixo do recorde de junho (US$ -1.024 milhões), segundo o o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) brasileiro.
Assim, nos oito meses deste ano, o comércio com o Brasil deixou a Argentina com um déficit de US$ 4.455 milhões, quase três vezes maior do que no mesmo período de 2022, e mais do que o dobro do déficit acumulado em todo o ano passado (- US$ 2.245 milhões), de acordo com dados fornecidos pelo governo brasileiro, segundo a consultoria argentina Abeceb.
«Sem dúvida, e além das restrições às importações, a seca teve um impacto muito negativo, não apenas afetando as exportações agrícolas», mas também provocando «apelo ao componente importado (da soja) que mostrou crescimento de mais de 100% por vários meses», destacou Acebeb.
As importações do Brasil totalizaram US$ 1,431 bilhão em agosto e caíram 8,4% em relação ao ano anterior, marcando sua primeira retração desde dezembro de 2022.
Em detalhes, a queda se deve a uma diminuição de 7,5% em relação ao ano anterior nas quantidades importadas, já que os preços de importação aumentaram 1,4% em relação ao ano anterior.
O setor agrícola «continua dependendo fortemente da compra de soja no Brasil» para esmagamento na Argentina, já que esse produto foi o segundo mais importante, representando US$ 100,3 milhões em importações e crescendo 247,8% em relação ao ano anterior.
Brasil fechou agosto com superávit de US$ 9,767 bilhões. O resultado é o melhor para meses de agosto e representa alta de 137,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.
Com o resultado de agosto, a balança comercial encerrou os oito primeiros meses do ano com superávit acumulado de US$ 63,322 bilhões, maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. O saldo positivo já supera o superávit comercial recorde de US$ 61,525 bilhões de todo o ano passado.