REDE ARGENTINA, 13 dez – Uma investigação jornalística revelou uma rede de empresas em Miami que acabou com 5 apartamentos pertencentes à esposa do deputado e líder da bancada do partido PRO, Cristian Ritondo, avaliados em um total de cerca de 2,6 milhões de dólares. O escândalo já está na Justiça e chegou em um momento muito ruim para o partido do ex-presidente Mauricio Macri, o principal aliado do governo de Milei.
O caso veio à tona apenas duas semanas antes do fim das sessões ordinárias no Congresso, onde o PRO pretendia tratar do projeto de lei “Ficha Limpa”, que busca cassar candidatos que tenham sido condenados em duas instâncias judiciais.
O projeto de lei não pôde ser tratado devido à recusa do partido governista La Libertad Avanza (LLA), do presidente Javier Milei, em dar quórum. Além disso, o escândalo se somou ao do senador desertor Eduardo Kueider (PJ), que foi pego tentando entrar no Paraguai nas primeiras horas da manhã com 211 mil dólares sem declará-los, depois que seu voto permitiu que uma maioria estreita aprovasse a “Ley Bases”, uma lei geral que permite que o presidente Milei governe quase sem a necessidade de consultar o Parlamento. A bancada do PJ acusa Kueider de receber propina por parte do governismo.
Em todo esse contexto em que se fala dos antecedentes morais e judiciais dos funcionários é que agora o PRO teve que blindar todo o partido no caso de Ritondo e sua esposa Romina Aldana Diago, que já está sendo investigado pelo juiz federal Sebastián Ramos e pelo promotor Eduardo Taiano em Comodoro Py.
Em uma breve declaração ao jornal Clarín esta semana, Ritondo garantiu que as informações publicadas foram “misturadas” e que as empresas em questão foram criadas há mais de 10 anos.
O líder da bancada macrista acaba de ser reconhecido pela revista especializada El Parlamentario como o melhor deputado do ano, pouco antes de o caso vir à tona. No momento, Macri procurou proteger seu partido e, assim, silenciar o episódio na mídia.