REDE ARGENTINA, 13 dec.- A inflação na Argentina foi de 2,4% em novembro e marcou uma nova desaceleração em relação ao valor de outubro, que havia sido o mais baixo desde o final de 2021. Ao mesmo tempo, os preços subiram 166% em relação ao ano anterior e acumularam 112% nos primeiros onze meses de 2024.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) publicado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) mostrou um valor menor do que o esperado pelos analistas econômicos. Também foi 0,3 ponto percentual menor na comparação mensal.
De acordo com o relatório, a divisão com o maior aumento no mês foi a Educação (5,1%), seguida por Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (4,5%), devido aos aumentos em Aluguel de moradia e despesas relacionadas; Fornecimento de água; e Eletricidade, gás e outros combustíveis.
Ao mesmo tempo, o segmento com a maior incidência foi Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (4,5%) para as regiões dos Pampas, Cuyo e Patagônia, enquanto na GBA foi Transporte (3,4%). No Nordeste, a maior incidência foi registrada em Vestuário e calçados (1,9%) e na região Noroeste, em Restaurantes e hotéis (3,6%).
Por outro lado, as menores variações em novembro foram observadas nas categorias Equipamentos domésticos e manutenção (1,5%) e Alimentos e bebidas não alcoólicas (0,9%). Este último item arrastou para baixo o número final, pois tem uma forte implicação na cesta total.
Quanto ao comportamento das diferentes categorias de preços, os preços regulados lideraram o aumento com 3,5%. O segundo lugar ficou com o IPC básico, que não leva em conta os preços sazonais ou regulamentados, com 2,7%, e os preços sazonais completaram o pódio com uma queda de 1,2%.
O ministro da Economia, Luis Caputo, fez eco à inflação de varejo de novembro e comemorou que ela é a mais baixa desde julho de 2020. “Alimentos, 0,9%; Bens ,1,6%; Cesta básica, 1,1%; Cesta básica total, 1,5%. O processo de desinflação continua. Cada vez mais perto de baixar o crawling peg para 1%”, disse o chefe do Palácio da Fazenda em suas redes sociais.
A última frase responde ao plano da equipe econômica de reduzir a diretriz de desvalorização de 2%, a fim de atenuar ainda mais a dinâmica dos preços. De fato, o vice-presidente do Banco Central da Argentina (BCRA), Iván Werning, advertiu que, no início, a desvalorização serviu como uma “âncora cambial”, mas que, nos últimos meses, ela se tornou um fator inercial que coloca um piso no fenômeno inflacionário.
Nesse sentido, o presidente Javier Milei prometeu que, no caso de mais dois meses de aumentos de preços de cerca de 2,5%, eles reduziriam a taxa de desvalorização do dólar oficial para 1%. “E quando repetirmos três meses de 1%, estaremos liberando o mercado de câmbio”, disse o chefe de Estado na festa de gala anual da Fundação Endeavor.