Ex-primeira-dama, Fabiola Yañez

REDE ARGENTINA, 9 ago – A Argentina entrou na noite de quinta-feira em um dos momentos políticos mais escandalosos da democracia reconquistada em 1983 com a publicação de fotos da ex-primeira-dama Fabiola Yañez com hematomas, depois que ela denunciou seu ex-marido, o ex-presidente Alberto Fernández, por violência de gênero.

O portal Infobae e o canal TN publicaram as fotos que estavam em uma conversa de whatsapp entre Fernández e Yañez. Nas conversas, ela reclama dos hematomas que recebeu ao ser espancada por «três dias seguidos». Yañez mora na Espanha e vive com o filho de ambos, Francisco.

O ex-presidente, que políticamente estava em desacordo com sua vice-presidente, Cristina Fernández de Kirchner, desde o início de seu mandato e representava um setor muito pequeno do Partido Justicialista, é alvo de um vazamento maciço.

O juiz federal Julián Ercolini, considerado inimigo político de parte do kirchnerismo, estava encarregado de uma denúncia contra Fernández por suposto tráfico de influência no setor de seguros durante seu governo. É nesse contexto que aparecem as conversas nos telefones sob investigação.

De acordo com analistas, o escândalo beneficia politicamente o governo do presidente Javier Milei, que estava sendo questionado pelo aumento de 10 pontos percentuais na pobreza durante sua administração e por ter dado um financiamento recorde para reviver a Secretaria de Inteligência do Estado, a sede de espionagem que havia sido desmantelada pelo governo de Cristina Kirchner (2007-2015).

A imprensa também publicou um vídeo feito pelo próprio ex-presidente Fernández no escritório presidencial da Casa Rosada com a jornalista Tamara Petinatto, com quem ele discute intimidades durante uma cerveja.

O caso é um golpe para um setor do progressismo porque Alberto Fernándz levantou bandeiras feministas e foi responsável pela iniciativa para a legalização do aborto. Além disso, ele havia incorporado políticas públicas apoiadas por uma grande parte da liderança feminista de todos os setores políticos, que agora condenam a ação e apoiam Yañez.

Por meio da rede X, Milei se uniu ao repúdio de todo o arco político local contra o ex-presidente Alberto Fernández (2019-23), e descreveu as políticas de gênero como uma «fraude», razão pela qual justificou o fechamento do Ministério de Assuntos da Mulher como resultado da determinação de seu governo libertário de extrema direita.

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