REDE ARGENTINA, 21 jul —  O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, viajará para a reunião do G-20 no Rio de Janeiro, que acontece  segunda e terça-feira, para se reunir com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) com o objetivo de chegar a um novo acordo para renegociar a dívida.

A Argentina deve US$ 41,5 bilhões ao FMI – de acordo com dados oficiais de junho – de uma dívida total de mais de US$ 440 bilhões.
A partir de segunda-feira, os ministros das finanças e os presidentes dos bancos centrais dos países do G-20 se reunirão no Rio de Janeiro para buscar uma “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”.

A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e sua diretora “número dois”, Gita Gopinath, estarão presentes na reunião, e Caputo, que está buscando um novo entendimento com a organização, vai querer conversar com elas.

A situação é complexa.

Em meados de junho, o FMI aprovou a oitava revisão e liberou US$ 800 milhões para a Argentina pagar sua dívida com a organização, depois que o país cumpriu todos os seus compromissos, algo que não acontecia há anos.

Mas o órgão advertiu que “os desequilíbrios macroeconômicos e os impedimentos ao crescimento continuam consideráveis e que ainda há um longo e difícil processo de ajuste pela frente”.

O FMI solicitou um “esquema de flutuação administrada”, o que significa liberdade da taxa de câmbio com intervenções do Banco Central, um esquema semelhante ao do Uruguai ou do Peru.

Também destacou que: “Os impostos serão pagos em pesos”, deixando de lado a possibilidade de uma dolarização completa, e que a taxa de juros deve ser positiva, para evitar uma corrida à taxa de câmbio.

Daquele momento até hoje, o relacionamento com a agência não foi o mesmo. O presidente Javier Milei (foto com Caputo) acusou o diretor do Hemisfério Ocidental, o chileno Rodrigo Valdés, de ter feito vista grossa quando o déficit fiscal chegou a 4% durante a administração do peronista Sergio Massa à frente do Ministério da Economia, e o “acusou” de ter “alguns vínculos com o Foro de São Paulo”.

Isso foi no início deste mês, mas uma semana depois, a porta-voz do FMI, Juli Kozack, esclareceu a situação ao declarar: “É importante observar que a diretora-gerente (Kristalina Georgieva) tem total confiança em Rodrigo Valdés e em toda a sua equipe”.

Agora, e contra a recomendação do Fundo, Caputo não só não suspendeu as restrições cambiais, chamadas de ‘cepo’, como também começou a intervir no mercado cambial. Isso gerou incerteza, porque se o governo está pronto para vender dólares, “como ele vai acumular reservas”? conforme prometido à agência.

Tudo o que resta é a palavra de Caputo, que na sexta-feira disse que “as pessoas terão de vender os dólares que economizaram para pagar impostos”.

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