REDE ARGENTINA, 13 jul – O presidente Javier Milei anunciou hoje que acabará com uma das fontes de emissão monetária devido ao pagamento de juros da dívida que o Banco Central tem com as entidades (puts) e que intervirá no mercado de câmbio para «tirar todos os pesos do mercado».
Com essas operações, «vamos ver por quanto está valendo o dólar», disse o presidente em declarações ao canal de notícias LN+, dos Estados Unidos, para onde viajou para participar de reuniões com empresários.
As palavras de Milei ocorrem depois que o dólar atingiu um recorde nominal de 1.500 pesos no mercado livre na sexta-feira, diante de uma forte queda na oferta.
O presidente garantiu que «os pesos emitidos para a compra de dólares no mercado de câmbio único e livre serão esterilizados com a venda de dólares no mercado».
Após as palavras de Milei, o ministro da Economia, Luis Caputo, disse: «Em seis meses, acabaremos com o déficit fiscal, o déficit quase fiscal e a emissão monetária. Consequência: vamos exterminar a inflação para sempre na Argentina».
As palavras do chefe do Tesouro na rede social X geraram várias reações, como a do economista Sergio Chouza, que lembrou que o BC não consegue comprar dólares há dois meses.
Na mesma linha, o economista Santiago Marrul perguntou se essa medida «não coloca em risco a meta de (acumulação de) reservas» acordada entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Por sua vez, o analista Christian Buteler criticou essa iniciativa, destacando que «longe de buscar uma taxa de câmbio livre, há cada vez mais intervenção» do BC.
«Por que não operar diretamente e deixar que o preço seja determinado pela oferta e demanda?», perguntou Buteler também na rede social X.
O próprio Milei declarou na entrevista: «Certamente teremos que aguentar as flutuações. O restante deste mês e agosto serão meses difíceis no mercado de câmbio, porque é quando o inverno está mais rigoroso e mais dólares nos procurarão para obter energia. Vamos restringir totalmente a quantidade de pesos».