REDE ARGENTINA, 22 jun — O presidente da Argentina, Javier Milei, recebeu hoje uma medalha de uma instituição neoliberal em Hamburgo, Alemania, em um ambiente marcado por protestos contra ele, informou agência de notícias DPA.
O prêmio foi entregue a ele pela Fundação Friedrich August von Hayek, que leva o nome do pioneiro austríaco do neoliberalismo. O líder argentino fez um discurso na sede da instituição.
Em resposta à visita de Milei, grupos de esquerda realizaram protestos na cidade portuária alemã, incluindo uma manifestação com o slogan «Nenhum prêmio para a extrema direita – Nenhuma medalha para Milei» nas proximidades da sede da fundação.
Em sua nova turnê pela Europa, afirmou que os socialistas são «violentos» porque seu plano econômico está funcionando.
Em seu discurso, o líder argentino disse: «Não apenas lutamos a batalha cultural, mas agora a estamos realizando na prática. A razão pela qual os socialistas são tão violentos é porque o plano econômico está funcionando e está desmoronando». Estamos fazendo o «o maior ajuste fiscal da história da Argentina», disse.
Na mesma linha, ele falou sobre os custos que essa decisão teve para o país e disse: «Sempre dissemos na cara das pessoas que não havia dinheiro, que seria difícil, que o começo seria complicado, mas que se fizéssemos isso teríamos bons resultados». Ele continuou dizendo que, ao contrário do que eles acreditavam, a resposta está sendo «muito mais rápida».
Milei admitiu que durante o primeiro trimestre «a queda foi muito dura», mas que uma «recuperação e crescimento» já podem ser vistos nos primeiros indicadores de abril e maio.
Durante o discurso, o Presidente incentivou a defesa e a crença em ideias com paixão, pois elas funcionam. Isso deu lugar à menção de que a política não os acompanhou durante os primeiros meses no cargo, porque «eles não votaram em nenhuma lei» e foram «uma máquina de impedimento o tempo todo».
«Não apenas não ajudaram, mas também, desde o início, tentaram dar um golpe de Estado», disse ele. De qualquer forma, ele garantiu que, apesar dos obstáculos, das tentativas de desestabilização e dos ataques sofridos, «estamos conseguindo controlar a inflação e a atividade está se recuperando».
Por fim, Javier Milei se referiu à Lei de Bases e afirmou que ela é a «maior reforma estrutural» desde a de Carlos Menem, que marcou a década de 1990. Ele também argumentou que essas reformas implicariam um «salto no índice de liberdade econômica» e se tornariam semelhantes às da Alemanha ou da França.
«Não só temos essas 800 reformas estruturais já sobre a mesa, mas temos outras 3.200 pendentes», concluiu o presidente, que disse querer que a Argentina seja «o país mais livre do planeta».
Neste domingo, Milei se encontrará com o chanceler social-democrata Olaf Scholz em Berlim. No entanto, não se verá muito do encontro entre os dois políticos muito diferentes. A recepção originalmente planejada com honras militares, habitual para a primeira visita de qualquer presidente recém-eleito, foi cancelada em cima da hora.
De acordo com o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, na sexta-feira, o motivo da mudança foi uma solicitação do próprio Milei. O porta-voz também falou de uma «clara recusa do presidente argentino em dar uma entrevista coletiva», de modo que a visita será, em princípio, limitada a uma hora.