REDE ARGENTINA, 16 jun — Pelo menos sete bolsonaristas foragidos da justiça e condenados por tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 iniciaram formalmente o processo de solicitação de status de refugiado político ao Ministério do Interior da Argentina.
Eles consideram que sua participação no ataque à sede dos três poderes do governo em Brasília para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não passou de vandalismo, tese apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os quatro homens e três mulheres que se apresentaram à Comissão Nacional para Refugiados, que depende da Migração, órgão do Ministério do Interior, revelou neste domingo o site de notícias La Política Online (LPO), de Buenos Aires.
Ângelo Sotero, Gilberto Ackermann, Raquel de Souza Lopes, Luiz Fernandes Venâncio, Rosana Maciel Gomes e Daniel Luciano Bressan foram os que pediram para serem considerados refugiados, segundo a fonte. Os condenados entraram no país entre 5 e 21 de maio.
A lista já foi entregue pela embaixada brasileira ao Ministério das Relações Exteriores, que deve responder se essas pessoas são de fato as que as autoridades brasileiras estão procurando. Fontes próximas à situação esclarecem que a Argentina não tem prazo para responder.
O governo do presidente Javier Milei terá que enfrentar uma situação diplomaticamente delicada, que é a solicitação formal do governo brasileiro a pedido do Supremo Tribunal Federal com a aliança que mantém com o bolsonarismo. O bolsonarismo quer que Milei conceda algum tipo de proteção aos fugitivos.
O Supremo Tribunal Federal deflagrou uma operação contra 209 das mais de 1.190 pessoas denunciadas pela Procuradoria Geral da República como tendo fugido por meio do rompimento da tornozeleira eletrônica.
Aparentemente, dezenas delas conseguiram deixar o país rumo à Argentina por terra, passando por locais com poucos controles de fronteira.
Os envolvidos, segundo a PF, descumpriram medidas cautelares judiciais ou ainda fugiram para outros países, com o objetivo «de se furtarem da aplicação da lei penal». A principal rota, segundo os investigadores, é a Argentina.
Entre os descumprimentos de medidas, ainda de acordo com os policiais, estão: violação de tornozeleira eletrônica; mudança de endereço sem comunicação; e o não comparecimento à Justiça. Os nomes dos foragidos que não forem presos serão incluídos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).