REDE ARGENTINA, 2 jan — Nos primeiros dez meses da gestão de Javier Milei, a economia argentina enfrenta um panorama crítico: fecharam 11.931 empresas e foram perdidos 215.981 empregos registrados, segundo um relatório do Centro de Economia Política (CEPA), baseado em dados da Superintendência de Riscos do Trabalho (SRT).
Entre novembro de 2023 e setembro de 2024, o número de empregadores caiu de 512.357 para 500.426, sendo a construção o setor mais impactado, com uma redução de 6,5% no número de empregadores e 17,9% do total de demissões, o que equivale a 85.233 trabalhadores.
Setores mais afetados
Os setores com maiores perdas em termos absolutos incluem:
- Comércio e reparação de veículos: -2.515 empregadores.
- Transporte e armazenamento: -2.187 empresas.
- Construção: -1.417 empregadores.
- Serviços profissionais, científicos e técnicos: -1.405 empregadores.
Em termos relativos, a construção lidera com 6,5% menos empregadores, seguida por serviços artísticos, culturais e de lazer (-5,8%) e transporte e armazenamento (-5,5%). Este último também reduziu 55.316 postos de trabalho.
Impacto por porte empresarial
O relatório revela que, embora empresas com até 500 trabalhadores tenham representado 99,5% dos fechamentos, as com mais de 500 empregados geraram maior impacto no emprego. Essas grandes empresas reduziram seu quadro de funcionários em 2,58%, afetando 123.534 trabalhadores, enquanto as menores diminuíram 1,82%, afetando 92.447 postos.
Desemprego em alta
O Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) informou que a taxa de desemprego alcançou 6,9% no terceiro trimestre de 2024, um aumento de 1,2 pontos em relação ao mesmo período de 2023. Isso representa cerca de 300 mil novos desempregados.
Além disso, o subemprego cresceu 18%, refletindo um número maior de pessoas que, apesar de empregadas, buscam trabalhos adicionais para complementar sua renda.
Perspectivas alarmantes
A gestão econômica libertária enfrenta críticas pela falta de políticas que impulsionem a recuperação empresarial e do emprego. A perda de empregadores e postos de trabalho aprofunda as desigualdades e evidencia a necessidade de medidas urgentes para reverter a tendência e proteger os setores produtivos do país.