REDE ARGENTINA, 22 out — Nascido em Buenos Aires, o diretor argentino Martín Turnes lançou na 48a. Mostra de Cinema de São Paulo “O Agrônomo”, seu primeiro longa-metragem de ficção, baseado nos efeitos problemáticos do agronegócio sobre a saúde e a economia dos pequenos agricultores da Argentina, testemunhas diretas da indústria global da soja.

Mas também, em uma entrevista à Rede Argentina, ele faz um alerta do Brasil sobre o futuro do cinema argentino após os cortes feitos pelo governo do presidente Javier Milei no Instituto de Cinema e Artes Audiovisuais (INCAA).

“É a primeira vez que participo da Mostra de São Paulo com esse filme, que é minha primeira vez dirigindo uma obra de ficção”, diz Turnes, nascido em 1980 e formado em cinema pela Universidade de Buenos Aires.

O filme gira em torno de um dos principais problemas do século XXI para a América Latina: a explosão da química e da inovação científica a serviço da produção agrícola para exportação. “O filme reflete minha preocupação com o que estávamos comendo em nosso país e como os alimentos são produzidos. O alimento ou a moeda estrangeira dos produtores, dependendo de como você olha para ele”, analisa durante a entrevista.

Exposto em quatro sessões na 48ª. Mostra de São Paulo, segundo Tunes, “O Agrônomo” surge de uma profunda preocupação com as repercussões do modelo do agronegócio na Argentina, especialmente o uso excessivo de agrotóxicos e seus graves impactos na saúde pública.

“Com este filme, a proposta é tornar visíveis os conflitos, medos e contradições pelos quais passam os diversos atores sociais imersos nesse sistema, com o objetivo de gerar uma profunda reflexão sobre nosso futuro, explorando alternativas sustentáveis que promovam uma melhoria tangível em nossas vidas e no meio ambiente”, diz o cineasta.

O diretor argentino Martín Turnes

O filme é co-roteirizado por Martín e Marcelo Pitrola e foi filmado na cidade rural de Marcos Paz, no interior da província de Buenos Aires, a duas horas de carro da capital federal.

O momento das filmagens não poderia ser mais emblemático para a “pátria argentina”, pois coincidiu com a Copa do Mundo de Futebol do Catar 2022, vencida pela equipe liderada por Lionel Messi e que deu ao país uma felicidade coletiva (quase) sem precedentes.

Admirador da diretora argentina Lucrecia Martel (La Ciénaga), Turnes viu como uma grande oportunidade para seu primeiro longa-metragem ser exibido no Brasil, seu primeiro destino internacional fora da Argentina.

“A Mostra de São Paulo é muito atraente porque são duas semanas de exibições e estamos na 48ª edição do festival. É algo impressionante”, disse o argentino, que também destacou que poucos filmes brasileiros chegam aos cinemas argentinos.

Nesse contexto, ele disse que a situação atual do cinema argentino é “um momento trágico” devido à cessação de financiamento determinada pelo governo Milei.

“Estamos passando por um momento trágico no cinema argentino, é muito difícil, estamos sem trabalho, nenhum filme argentino está sendo feito, exceto os filmes de plataforma. Algumas séries estão sendo filmadas, mas há uma estimativa de que somos 600.000 empregos no setor audiovisual. A paralisação do Incaa e, se continuar como está, não haverá mais filmes, que são nossa história e nossa cultura. Isso deixará de existir se essa posição for mantida”, disse o diretor à Rede Argentina.

48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

Competição Novos Diretores

Cinesystem Frei Caneca 4 – 17/10/24 – 17:10

Cinemateca Sala Grande Otelo – 22/10/24 – 14:00

Espaço Augusta Anexo 4 – 24/10/24 – 21:50 👋🏼

Instituto Moreira Salles – Paulista – 25/10/24 – 15:30 👋🏼

Veja o Trailer 

ELENCO:  Diego Velázquez Valeria Lois Ángeles Zapata Lautaro Zera Claudio Martínez Bel Susana Pampín Sergio Marinoff Alfonsina Videla Benzo María Del Carmen Vivas  Sebastián Tanuscio “Tanu” Nahuel Orrillo Tomás Healy Keila Burzio David Maldonado Ángela Di Gregorio.

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