REDE ARGENTINA, 1 out– O tribunal que investiga a morte do astro Diego Armando Maradona autorizou a transferência de seus restos mortais do cemitério privado onde foi enterrado para o chamado “Memorial Diez”, um mausoléu no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, a poucos metros da Casa do Governo e da Plaza de Mayo.
A decisão de mudança foi tomada após um pedido de suas filhas Dalma e Gianinna, no contexto do processo judicial que julgará em março próximo os profissionais de saúde acusados no caso da morte de Maradona.
Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, enquanto dormia em uma casa em um condomínio fechado no distrito de Tigre, na província de Buenos Aires, depois de sofrer uma insuficiência cardíaca após uma cirurgia para um hematoma subdural realizada um mês antes pelo neurocirurgião Leopoldo Luque.
“Considero válidas as razões expostas na apresentação solicitando autorização para o traslado dos restos mortais de Diego Armando Maradona, que em vida foi Diego Armando Maradona, e, em particular, destaco a necessidade de garantir aos peticionários uma proteção judicial efetiva, conforme prescrito por mandatos internacionais para proporcionar à vítima um maior escopo, em termos de extensão e eficácia operacional de seus poderes”, diz a resolução.
Anteriormente, os promotores do caso haviam solicitado uma série de condições para endossar o pedido, como não ter um “show da mídia” durante a transferência e manter certas medidas de segurança para o corpo do famoso ex-jogador de futebol, campeão mundial com a seleção argentina na Copa do Mundo de 1986 no México e ídolo do Boca Juniors e Napoli.
O julgamento pela morte de Diego Maradona
Semanas atrás, o Tribunal Oral Criminal (TOC) N°3 de San Isidro fixou a data do julgamento contra os oito profissionais de saúde acusados de “homicídio simples com dolo eventual” de Diego Armando Maradona.
Será em 11 de março de 2025 e as audiências serão realizadas às terças, quartas e quintas-feiras. Mais de 200 testemunhas estarão presentes nas audiências. Os filhos de Maradona, suas ex-parceiras Claudia Villafañe, Verónica Ojeda e Rocío Oliva e seus irmãos Claudia, Ana, Rita, Raúl e Elsa, fazem parte da lista. Os advogados Matías Morla, advogado do ex-jogador, e Víctor Stinfale, seu sócio, também terão que testemunhar.
O julgamento será contra o médico Luque; a psiquiatra Agustina Cosachov; o psicólogo Carlos Ángel Díaz; a coordenadora médica de um seguro de saúde, Nancy Edith Forlini; os enfermeiros Gisella Dahiana Madrid e Ricardo Omar Almirón; seu chefe, Mariano Perroni e o médico clínico Pedro Pablo Di Spagna.
Todos são acusados de colocar o astro do futebol em uma “situação indefesa e abandoná-lo à própria sorte”, conforme definido pelos promotores encarregados do caso: Patricio Ferrari, Cosme Iribarren e Laura Capra. Eles enfrentam penas de 8 a 25 anos de prisão.