O presidente argentino, Javier Milei

REDE ARGENTINA, 30 set — O investimento privado na Argentina despencou 21,5% desde que o presidente Javier Milei assumiu o cargo, desvalorizou a moeda, retirou incentivos, liberalizou os preços e suspendeu a execução de obras de infraestrutura financiadas pelo estado federal, de acordo com um relatório da empresa de consultoria OJF, chefiada pelo economista ortodoxo e liberal Orlando Ferreres.

De acordo com o Índice Mensal de Investimento Interno Bruto (IBIM) preparado por essa empresa de consultoria, o investimento caiu em agosto 25,8% em relação ao ano anterior, acumulando uma contração de 21,5% nos oito meses do ano. Em termos de dólares, o investimento é estimado em US$ 6.885 milhões por mês.

Essa é a terceira maior queda até agora no governo de Milei e na administração de Luis Caputo à frente do Ministério da Economia, superada apenas pelas quedas anuais de 31% em março e 27% em junho. Dessa forma, a recuperação parcial de julho, quando o investimento havia caído 11% em relação ao ano anterior, menos da metade do que em agosto, foi interrompida.

O investimento em máquinas e equipamentos caiu 23,7% em agosto em relação ao ano anterior, causado pela forte contração de 42,8% nas importações de equipamentos de produção duráveis. O investimento em maquinário doméstico, por outro lado, mostrou uma melhora de 4,6%, informou o OJF.

No contexto da paralisação da obra pública, o investimento no setor de construção contraiu-se em agosto em 27,6% na comparação anual, acelerando novamente a queda após a menor queda em julho (-16,3%). Em termos acumulados, a queda do setor é de 24,6% para os oito meses até 2024, disse o relatório.

“Os níveis de investimento de agosto foram influenciados negativamente pela queda acentuada nas importações de bens de capital, embora o setor de construção também tenha registrado uma aceleração no declínio. Daqui para frente, os agentes econômicos parecem estar adotando principalmente uma estratégia de esperar para ver, especialmente em relação às decisões do governo sobre o teto da taxa de câmbio”, explicou o OJF.

A consultoria também alertou sobre a influência do clima político no baixo investimento do mês, refletido na queda de cinco pontos na imagem do governo observada em várias pesquisas publicadas nas últimas semanas. “Também pode ser influenciado pela queda da confiança no governo e pela persistência da inflação”, disse o relatório.

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