REDE ARGENTINA, 13 set — O Senado argentino aprovou com maioria especial a anulação de um decreto de necessidade e ugência (DNU) do presidente Javier Milei, que concedeu uma verba especial de 100 bilhões de dólares (quase 600 milhões de reais) para “despesas reservadas”, em um ato que mostra a frágil situação parlamentar do governo libertário.
A medida, inédita desde o retorno à democracia em 1983, também reverteu o ajuste orçamentário que o governo aplicava às universidades públicas.
Milei já confirmou que vetará a lei de financiamento universitário, considerando que ela vai contra sua política de redução do déficit fiscal. O governo considerou os senadores “irresponsáveis” e os acusou de deixar o sistema de inteligência argentino “sem recursos em um momento histórico para o país”.
A oposição denunciou que teme que Milei use os serviços de inteligência para perseguir políticos e jornalistas opositores.
O decreto que concedeu dinheiro extra ao Serviço de Inteligência do Estado (SIDE) já havia sido rejeitado pelo Parlamento em agosto. A anulação da DNU foi mantida com 49 votos a favor, 11 contra e duas abstenções.
O dia legislativo começou com más notícias para Milei, com a aprovação da Lei de Financiamento das Universidades, que ordena recompor o orçamento do sistema de ensino superior e os salários de seus professores. O governo já havia anunciado que vetaria a lei se fosse aprovada, e Milei confirmou isso, argumentando que é contra o equilíbrio fiscal.