REDE ARGENTINA, 16 ago – O consumo de carne bovina na Argentina despencou 14,1% nos primeiros sete meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Foi a maior queda dos últimos 26 anos, segundo um relatório da Câmara de Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (CICRA).
Segundo do o relatório do CICCRA, no período de janeiro a julho de 2024 foram consumidas aproximadamente 1.248 milhões de toneladas de carne bovina, o que representa uma diminuição de 205 milhões de toneladas em relação ao mesmo período do ano anterior.
“O consumo aparente de carne bovina por habitante teria sido equivalente a 45,6 quilos/ano, ficando 15,1% abaixo da média alcançada em janeiro-julho de 2023”, indica o relatório.
Além disso, a produção de carne bovina também apresentou tendência de queda.
Nos primeiros sete meses do ano foram produzidas 1.779 milhões de toneladas, o que significa uma redução de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esta diminuição da produção resultou numa menor quantidade de carne disponível no mercado interno, agravando ainda mais a crise de consumo.
Em julho de 2024 foram abatidas 1,25 milhão de cabeças de gado, representando uma recuperação mensal de 3,8% em relação a junho, quando o número de feriados afetou significativamente o nível de atividade da indústria de processamento de carnes.
Porém, quando comparado a julho de 2023, o abate de bovinos sofreu queda de 3,1%.
“A participação das fêmeas no abate total caiu 2 pontos percentuais entre junho e julho, atingindo 47,9% do total”, diz o relatório do CICCRA. Esta diminuição deve-se, em parte, à menor necessidade de redução das plantações no campo, ao contrário do ano anterior, quando a seca obrigou os produtores a abater mais fêmeas.
Embora o consumo interno de carne bovina tenha despencado, as exportações mostraram um crescimento significativo. Nos primeiros sete meses de 2024, as exportações atingiram 530,6 milhões de toneladas, 7% a mais que no mesmo período de 2023.
Este aumento representa um aumento de quase 35 milhões de toneladas exportadas em relação ao ano anterior, o que evidencia a crescente demanda internacional por carne argentina num momento de contração do mercado interno.
O relatório destaca ainda que, em termos de produção, “a carne bovina totalizou 1.779 milhões de toneladas de carne bovina com osso, ficando 8,8% abaixo da quantidade produzida no mesmo período do ano passado”. No entanto, a resiliência do setor exportador tem sido crucial para mitigar o impacto da crise na indústria.