REDE ARGENTINA, 15 ago — A atividade industrial na Argentina, o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, caiu 14,1% no primeiro semestre do ano – que coincide com a implementação do plano econômico do presidente Javier Milei – em comparação com os primeiros seis meses de 2023. Os dados são da União Industrial Argentina (UIA).
Em junho, a atividade industrial registrou uma queda de 19,5% na comparação anual e de 5,7% na mensal (em relação a maio), com ajuste sazonal. O mês foi afetado, em parte, pelo fato de ter tido menos dias úteis.
De acordo com os dados antecipados para julho do Centro de Estudos (CEU) da Unión Industrial Argentina (UIA), a queda anual foi moderada e houve uma melhora heterogênea em relação aos baixos níveis do mês anterior.
Vale ressaltar, por exemplo, que prevalecem as quedas de dois dígitos nos despachos de cimento, que caíram 14,4% no comparativo anual, enquanto as importações do Brasil caíram -27,9% no mesmo período.
Da mesma forma, os registros de máquinas agrícolas perderam 5,8% no comparativo anual e, no setor automotivo, caíram 9,8% no ano.
A demanda de eletricidade por parte dos Grandes Usuários Industriais caiu 2% no ano, embora com um comportamento heterogêneo dentro do setor. Outro fato é que as exportações para o Brasil aumentaram 20% em relação ao ano anterior e as liquidações de câmbio cresceram 35,9% em um ano, após dois meses de queda.
Os dados mostraram uma queda em nível setorial, com uma tendência de queda em todos os itens que compõem o índice. As maiores quedas ocorreram novamente no setor automotivo, com um declínio anual de 40,2%, impulsionado por uma queda de 33,6% nas vendas domésticas em um ano e, em menor escala, pelas exportações (-10,3% a.a.).
Os minerais não metálicos também são um dos setores que mais sofreram em junho, com uma queda de 32,3% em relação ao ano anterior.
Por sua vez, a produção de Metais Básicos caiu (-24,7% a.a.), afetada pela queda no aço (-35% a.a.), enquanto a produção de alumínio caiu em menor escala (-3,8% a.a.). A metalmecânica também caiu (-17,3% a.a.), acumulando treze meses de queda consecutiva, com queda em todos os itens do setor.
Por outro lado, a produção de Papel e Papelão diminuiu em relação ao ano anterior (-16,3%), com um comportamento misto dentro do setor.
A produção de papel jornal, embalagens e papel corrugado caiu, enquanto a produção de papel para impressão e papel tissue apresentou crescimento anual.
De acordo com o estudo, espera-se uma redução da queda para julho nas fábricas argentinas.