REDE ARGENTINA, Ago 14 .- A inflação da Argetina em julho caiu a 4%, o que deixou um acumulado de 87% no ano e de 263,4% nos últimos 12 meses, informou hoje o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Dessa forma, não só ficou abaixo dos 4,6% de junho, mas também dos 4,2% de maio, tornando-se o índice mais baixo desde que Javier Milei assumiu a presidência em 10 de dezembro passado.
Os preços sazonais, como os de frutas e verduras, impulsionaram o aumento do índice, com 5,1%, enquanto os preços regulados aumentaram 4,3%, e o “núcleo da inflação” atingiu 3,8%.
O item “Alimentos e bebidas não alcoólicas”, com um aumento de 3,2%, foi o mais alto, seguido por “Habitação, água, eletricidade e outros combustíveis”, com um aumento de 6%.
A inflação na Argentina vem caindo acentuadamente desde que Javier Milei assumiu o cargo em dezembro, quando os preços subiram 25%, chegando a 4 % atualmente, acompanhada por um cenário de recessão económica.
No entanto, isso foi acompanhado por uma queda acentuada na atividade econômica, que, de acordo com os cálculos do próprio governo, será de 3,5% do PIB até o final do ano, e um aumento na pobreza, que chega a 55%, de acordo com um estudo da Universidade Católica da Argentina.
Antes de o Indec divulgar o número da inflação, o presidente da Câmara de Comércio e Serviços da Argentina (CAC), Natalio Mario Grinman, declarou: “Em nosso país, estamos passando por uma situação difícil: Em nosso país, estamos passando por uma situação indiscutivelmente difícil. A atividade econômica na Argentina está deprimida, a inflação mensal é maior do que a das principais nações em um ano e a pobreza está em níveis escandalosos”.
Grinman, inaugurando uma nova edição do Conselho das Américas, disse: “Muitas empresas estão sofrendo com as baixas vendas e muitos assalariados estão lutando para sobreviver. Essa é uma realidade inegável e dolorosa.
Além do crescimento, a verdade é que os analistas privados estimaram que a inflação deste mês será menor: 3,8% e, para o ano, 127,4% em relação ao ano anterior, uma queda de 0,9 ponto percentual e de 10,7 pontos em relação à pesquisa realizada pelo Banco Central (BCRA) no final de junho.
Isso está ocorrendo no contexto de uma forte retração do consumo de massa que se refletiu em uma queda de 12% em termos reais na arrecadação do IVA, de acordo com fontes oficiais baseadas em dados da Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP).
O analista econômico Damián Di Pace advertiu que os aumentos de preços dos serviços públicos e das tarifas de energia se refletem em uma queda acentuada no consumo de outros bens.
Nos últimos meses, “os remédios pré-pagos, os seguros e as escolas públicas aumentaram muito, e agora vem a correção dos serviços públicos”, disse Di Pace, da consultoria Frocus Market, em declarações à CNN-Radio.“Isso pode ser visto em dois indicadores fortes, como a carne, que caiu 15,1% nas vendas no varejo de julho, e os itens de cuidados pessoais, que caíram 6%”, disse o analista.