REDE ARGENTINA, 8 ago — A brasileira transgênero Amanda Alves Ferreira, condenada à prisão perpétua pelo assassinato agravado de sua compatriota Eduarda Santos de Almeida, cujo útero ela havia alugado há três anos para ter gêmeos, fugiu ontem à noite da Prisão III na cidade argentina de Bariloche e estava sendo intensamente procurada pela polícia na província de Rio Negro, sul da Argentina, informaram as autoridades locais.
«Qualquer pessoa que tenha informações sobre o paradeiro de Alves Ferreira deve entrar em contato com o 911 ou com a unidade policial mais próxima imediatamente», disseram as autoridades.
O Ministério da Segurança de Rio Negro informou que a equipe do Serviço Penitenciário e a polícia da província estão envolvidos na operação de busca.
As autoridades implementaram controles nas estradas e nos principais pontos de acesso à cidade, em um esforço para impedir que Alves Ferreira deixasse a área. Além disso, foram iniciados procedimentos administrativos e judiciais para esclarecer os detalhes da fuga.
O crime pelo qual Alves Ferreira foi condenada ocorreu na madrugada de 16 de fevereiro de 2023. Ocorrido em uma via de acesso ao mirante do Lago do Escondido, localizado no Circuito Chico de Bariloche, o assassino havia esvaziado dois carregadores de um revólver calibre 357 Magnum em Santos de Almeida. O corpo de Eduarda foi encontrado por alguns turistas na manhã do mesmo dia do crime e eles alertaram a polícia.
Durante a investigação, descobriu-se que a vítima havia feito a barriga de aluguel três anos antes para Alves Ferreira e seu marido, que morreu de covid em 2021, e tiveram gêmeos.
Poucas semanas antes do crime, Eduarda havia chegado sozinha a Bariloche e se mudado para a casa do réu com um bebê recém-nascido, aparentemente reivindicando algum tipo de compensação financeira.
O corpo de Eduarda foi encontrado por alguns turistas na manhã do mesmo dia do crime e eles informaram a polícia.
A vítima não tinha parentes ou familiares no país, portanto, não houve querelante no julgamento e a acusação ficou a cargo do Ministério Público.
No julgamento do júri, Alves Ferreira alegou que se percebia como uma mulher e pediu aos juízes que intervieram na fase de instrução que a identificassem como Amanda, de acordo com a denúncia, para evitar o crime de feminicídio.
No entanto, os juízes da Corte de Apelação da província rejeitaram os argumentos do advogado de defesa oficial Nelson Vigueras e confirmaram a sentença de prisão.