Por Fabián Quinta, de Buenos Aires.

REDE ARGENTINA, ago 9  -. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec, oficial), 49,1% dos industriais acreditam que a demanda doméstica continuará a cair pelo menos até setembro.

Apenas 12% acreditam que haverá uma recuperação na demanda, enquanto 38,9% acham que não haverá grandes mudanças. Essa avaliação ocorre depois que a produção industrial caiu 16,1% no acumulado do primeiro semestre do ano.

Esses dados são provenientes do Índice de Produção Industrial publicado pelo Indec, que mostrou que a produção industrial em junho caiu 20,1% no comparativo anual e 1,6% em relação a maio.

Devido a essa percepção de menor demanda doméstica, 37,4% dos empresários consideraram que as importações, 75% das quais são destinadas à produção de outros bens, continuarão a cair, contra 14,3% que previram uma melhora, enquanto 48,3% consideraram que não haverá mudanças.

Mas as expectativas para as exportações também não estão melhorando: 20,9% dos entrevistados consideraram que elas aumentarão até setembro, inclusive, mas 24,2% estimaram que elas diminuirão, enquanto 54,9% consideraram que não haverá mudança.

No caso da construção, entre as empresas que estão envolvidas principalmente em obras privadas, 26,4% dos empresários consideraram que a atividade continuará a cair, enquanto 14,5% presumiram que haverá uma recuperação, contra 59,1% que estimaram que não haverá grandes mudanças.

A perspectiva piora no caso das empresas envolvidas em obras públicas, que estão praticamente paralisadas desde que o presidente Javier Milei assumiu o cargo em 10 de dezembro.

41,1% dos entrevistados consideraram que continuará a cair até setembro inclusive, enquanto apenas 9,9% previram uma melhora, e 48,7% consideraram que não haverá grandes mudanças.

O setor de construção acumulou uma queda em seu nível de atividade de 32,7% no primeiro semestre do ano.

Em junho, caiu 35,2% na comparação interanual, mas aumentou 2,7% em relação a maio e registrou três aumentos mensais consecutivos.

Para este ano, o governo estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) cairá 3,5%, depois de uma queda de 1,6% em 2023.

O ministro da Economia, Luis Caputo, é um dos que garantem que estão reunidas as condições para o crescimento com base na eliminação do déficit fiscal e na redução da inflação, que passará de 211% no ano passado para 130% neste ano, de acordo com as estimativas oficiais. «Este é um ponto de inflexão na história da Argentina e o momento de investir no país», disse Caputo aos empresários na sexta-feira.

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