REDE ARGENTINA, 7 jul – O consumo anual per capita de carne bovina na Argentina este ano foi inferior a 45 quilos, muito abaixo da média histórica de quase 73 quilos e menor do que em 1920, quando foram consumidos 46,9 quilos per capita, de acordo com um relatório da Bolsa de Valores de Rosário.
Essa queda na compra de carne bovina ocorre em meio a uma inflação anual acumulada de 276% em maio e 71,9% nos primeiros cinco meses do ano, de acordo com dados oficiais.
Além disso, o nível de pobreza teria aumentado para 55% no final do primeiro trimestre do ano, em comparação com 47% no final de 2023, de acordo com dados do Observatório Social da Universidade Católica da Argentina.
Em meio a esse panorama, a Bolsa de Valores de Rosário registrou a maior queda na carne bovina e um consumo médio de sete quilos a menos do que nos últimos dez anos. Eles afirmaram que os argentinos estão consumindo cada vez menos proteína animal.
No entanto, em comparações internacionais, a Argentina continua sendo um dos países com maior consumo per capita, com uma ingestão quase igual à do Uruguai e muito superior à dos Estados Unidos (38 kg), Austrália (27 kg) e Chile (26 kg).
Mas essa tendência «é agravada pela atual recessão pela qual a economia argentina está passando, – de acordo com as estimativas oficiais, o PIB fechará em queda 3,5% em 2024 – e que está levando muitos consumidores a optar por frango e carne suína, que são alternativas mais baratas», indicou a Bolsa de Valores de Rosário.
Nesse cenário, o consumo total de carne bovina, de aves e de suínos na Argentina poderia ficar em torno de 105,7 kg por habitante em 2024. Isso representaria uma queda de 9% em relação a 2023 e seria o consumo mais baixo desde 2011. Em outras palavras, os argentinos estão consumindo cada vez menos proteína animal.