REDE ARGENTINA, 28 jun — O presidente argentino, Javier Milei, voltou a chamar o seu colega brasileiro,Luiz Inácio Lula da Silva ,de «corrupto e comunista» e se recusou a pedir desculpas a ele, como o líder do PT havia exigido por suas observações: «Desde quando vocês têm que pedir desculpas por dizer a verdade?», disse ele.
«As coisas que eu disse acima são verdadeiras. Quais são os problemas? Eu disse que ele era corrupto? E ele não foi preso por corrupção? E o que eu disse, que era comunista? E ele não é comunista? Desde quando você tem que pedir desculpas por dizer a verdade? Ou estamos tão cansados do politicamente correto que você não pode dizer nada à esquerda, mesmo quando é verdade?», disse o presidente argentino em uma entrevista ao canal de notícias La Nación Más (LN+).
A reação de Milei responde a declarações anteriores do presidente Lula, que em uma entrevista à imprensa explicou por que, durante a reunião do G7 na Itália, evitou-o o tempo todo e não falou com ele: «Não falei com o presidente da Argentina porque acho que ele deveria pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele disse um monte de bobagens. Eu só quero que ele se desculpe. Eu amo a Argentina, é um país do qual gosto muito, é um país muito importante para o Brasil, e o Brasil é muito importante para a Argentina. Não é um presidente da República que vai criar laços entre o Brasil e a Argentina».
Milei comparou seus comentários e pedidos de desculpas com os feitos pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e pelo chefe do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez. O líder libertário argentino teve confrontos políticos pessoais com ambos, o que levou a conflitos diplomáticos.
«É uma discussão tão pequena; parece uma discussão de crianças, de pré-adolescentes. É o mesmo mecanismo de Petro, de Sánchez», disse ele e perguntou: «Você não acha que Lula e Petro fizeram coisas semelhantes, no caso de Lula se intrometer ativamente em nossa campanha eleitoral? Sánchez também exigiu um pedido de desculpas. Petro também exigiu um pedido de desculpas».
Milei lembrou a atitude de Lula da Silva durante a campanha eleitoral do ano passado, quando colocou suas equipes de marketing político à disposição para apoiar a candidatura do então ministro da Economia, Sergio Massa, da Unión por la Patria. «O senhor não acha que a campanha negativa que o Massa fez para mim dirigida a partir do Brasil não foi agressiva? Quem foi o interlocutor? Eles vão me pedir desculpas pela quantidade de mentiras que contaram durante toda a campanha?».
«Aqueles que mentiram estão exigindo um pedido de desculpas porque você lhes disse a verdade? Temos que nos elevar acima dessas ninharias, porque os interesses dos argentinos e brasileiros são mais importantes do que o ego inflamado de algum esquerdista», disse ele.