REDE ARGENTINA, 26 jun — O presidente da Argentina, Javier Milei, descartou a possibilidade de se arrepender das ofensas que fez ao seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que exigiu um pedido de desculpas para poder conversar com o presidente do país vizinho.
O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, disse em entrevista coletiva na Casa Rosada: «Milei estará na Cúpula do Mercosul no Paraguai. No G7, eles não conversaram bilateralmente com Lula. Eles se encontraram e se cumprimentaram. O presidente não cometeu nada de que tenha que se arrepender, pelo menos até agora».
Em novembro do ano passado, Milei disse que nunca conversaria com Lula porque ele era «comunista e corrupto» e que o Brasil não fazia parte de seus interesses nas relações exteriores, mas sim Israel, a Europa e os Estados Unidos.
A resposta de Adorni veio poucos minutos depois de Lula ter exigido um pedido de desculpas do portal UOL para iniciar um diálogo com Milei.
«Nós estamos tratando da forma mais diplomática possível. Eu não conversei com o presidente da Argentina porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Falou muita bobagem», disse em entrevista ao Uol.
«Não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina. O povo argentino e o povo brasileiro são maiores do que os presidentes. Eles querem viver bem, viver em paz. Se o presidente da República da Argentina governar a Argentina, já está de bom tamanho. Não tenta governar o mundo», seguiu Lula.
Brasil e Argentina são as principais economias do Mercosul e são os principais parceiros na região. Nesse contexto, a chegada de Milei à presidência esfriou as relações diplomáticas presidenciais, embora as relações comerciais e diplomáticas tenham sido mantidas.
Os presidentes se reunirão no âmbito da cúpula do Mercosul em Assunção, em julho.