REDE ARGENTINA , 4 jun — A queda nos preços internacionais da soja e a taxa de câmbio considerada baixa fizeram com que os agroexportadores argentinos vendessem US$ 2,6 bi em maio, 37% menos do que no mesmo mês do ano passado, quando a colheita foi afetada pela pior seca dos últimos 50 anos.
A menor oferta de moeda estrangeira na segunda-feira fez com que os dólares financeiros registrassem aumentos entre 3 e 4%, depois de subirem 18% em maio, e o Banco Central comprou apenas US$ 59 milhões, em um mercado que negociou US$ 228,1 milhões.
O analista financeiro Christian Buteler, através da rede social X, perguntou “por que o campo liquidaria mais do que o estritamente necessário se o que eles recebem são pesos que serão liquidados por não terem instrumentos que ofereçam uma taxa real positiva?
O governo vem pressionando por uma queda acentuada nas taxas de juros abaixo da inflação.
Para maio, projeta-se um aumento no índice de preços entre 4% e 5%, contra uma taxa de juros de 3%. Além disso, os exportadores liquidam 80% por meio do dólar oficial e apenas 20% por meio do Contado Con Liquidación, o que os deixa com uma taxa de câmbio próxima a US$ 990, contra um dólar livre de US$ 1.400.
A Argentina está no meio da colheita da soja, 86% da safra foi colhida, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, mas apenas 36% foi vendida, a menor porcentagem dos últimos 10 anos, e desse total, apenas metade tem um preço fixo, de acordo com a Grassi, uma corretora de grãos, com base em dados oficiais.
A Bolsa de Valores de Rosário estima que a safra de soja para esta temporada seja de 50 milhões de toneladas, em comparação com 20 milhões de toneladas no ano passado.