REDE ARGENTINA, 14 mai – A inflação no varejo na Argentina atingiu 8,8% em abril, acumulando 65% nos primeiros quatro meses do ano e 289,4% no acumulado de 12 meses, informou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O presidente Javier Milei considera a queda a um dígito como uma vitória do ajuste fiscal e orçamentario que está provocando uma queda na atividade económica.
É a primeira vez que o índice de inflação fica abaixo de dois dígitos desde outubro do ano passado, quando subiu 8%. Em março, o aumento havia sido de 11%.
As empresas de consultoria que participaram de uma pesquisa mensal conduzida pelo Banco Central tinham estimado a inflação em 7,5% para maio e, daqui para frente, projetam que o índice será reduzido mês a mês até atingir 5,2% em outubro.
O Ministério da Economia enfatizou em um comunicado: “A forte desaceleração (da inflação) nos últimos meses se baseia no programa econômico implementado em dezembro, cujos pilares são o equilíbrio fiscal, a reorganização do balanço patrimonial do BCRA e a implementação de medidas de desregulamentação e redução de custos para o setor privado”.
A verdade é que, além do equilíbrio fiscal e da restrição monetária, o governo adiou para os próximos meses os aumentos das tarifas de eletricidade e a atualização do imposto sobre combustíveis, fatores que se somaram a uma queda de 20,4% no consumo em relação ao ano anterior, de acordo com a empresa de consultoria Focus Market.
O economista Sergio Chouza, por meio da rede social X, considerou que a inflação mensal de 8,8% “apesar da mega recessão que causaram, é um fracasso absoluto da política do Ministro da Economia (Luis) Caputo e do Presidente (Javier) Milei”.
Por sua vez, seu colega Ricardo Delgado argumentou que “o problema mais difícil” para o futuro imediato “é romper a inércia inflacionária e quebrar a taxa de inflação mensal de 5 ou 6% que provavelmente teremos em maio”
“Uma taxa de inflação de 2 ou 3% ao mês no final do ano seria uma conquista significativa”, disse o diretor da empresa de consultoria Analytica em declarações ao canal de notícias LN+.