REDE ARGENTINA, 7 mar – No Rio da Prata, a meio caminho entre Buenos Aires e Montevidéu, encontra-se a Ilha Martín García, hoje uma reserva natural, mas que já foi a prisão de vários presidentes argentinos, entre eles Hipólito Yrigoyen e Juan Domingo Perón.
Sua visita é uma experiência única, pois não se trata apenas de uma visita a uma ilha com uma série de animais protegidos de caçadores furtivos, mas também de uma viagem ao início do século XIX, em uma viagem que requer duas horas de navegação que pode ser feita a partir do porto de Tigre ou de Puerto Madero, em Buenos Aires.
Devido à sua localização estratégica, a ilha foi disputada entre Espanha e Portugal por muitos anos, levando a confrontos e lutas até o final do século XIX. Em 1900, a ilha passou para as mãos da Argentina e se tornou uma prisão político-militar e um hospital para leprosos, além de uma importante pedreira para adornar as ruas de Buenos Aires.
Em 1973, foi assinado o Tratado do Rio da Prata, reconhecendo a soberania argentina sobre a ilha. Mais tarde, em 1988, ela foi declarada Reserva de Uso Múltiplo, protegendo seu valor histórico e ecológico.
Atualmente, a Ilha Martín García é um destino turístico atraente que combina história, natureza e mistério em um passeio que dura cerca de 8 horas. É um lugar ideal para passar um dia pitoresco, com caminhadas e atividades recreativas que permitem explorar sua rica história e seu belo ambiente natural.
Os passeios guiados pela ilha incluem o cemitério, a Chinatown, o museu, a usina elétrica, o crematório, a cadeia e outros pontos de interesse.Há também vários restaurantes onde você pode comer asado e comida típica argentina, além de peixes de rio.
A prisão da ilha foi escolhida várias vezes para confinar figuras políticas que exerciam o poder: no golpe de Estado de 1930, abrigou Yrigoyen; anos depois, o ex-presidente Marcelo Torcuato de Alvear foi preso lá. Quando Perón era secreário do Trabalho (foto) em 1945 ficou preso lá, enquanto na década de 1960 Arturo Frondizi foi privado de sua liberdade por um ano e meio.
As ruínas dessa prisão ainda podem ser visitadas, assim como o teatro e outros espaços de grande interesse histórico.
Quanto ao seu patrimônio natural, é possível observar suas costas particulares formadas por sedimentos do Rio da Prata, cobertas por canaviais, arbustos e matas inundáveis que servem de refúgio para galeirões, garças, patos, caracóis, pintinhos d’água, federais e verdões.
Lagartos overos (Tegu argentino) também podem ser observados entre senecios, marcelas e alguns espinheiros. A ilha tem 9 ambientes bem representados em 1.800 metros quadrados de superfície, o que a torna uma das reservas mais atraentes para se visitar.
