REDE ARGENTINA, 16 jan (por Agustin Parodi, Chief Business Officer da Geopagos) – A adoção de pagamentos digitais continua crescendo na América Latina. Mas de que maneira? Abaixo, compartilho as principais características do ecossistema em 2024.

Omnicanalidade e soluções end-to-end

Para ser forte em um lugar, é preciso estar em todos os lugares. Essa tem sido uma das principais lições no mundo fintech nos últimos anos, e em 2024 essa tendência continuará se intensificando.

O mundo físico e o mundo virtual estão cada vez mais interconectados. É um momento em que mesmo as compras em lojas físicas envolvem uma pesquisa prévia na Internet, ou vice-versa. Isso é o que chamamos de omnicanalidade: oferecer a maior quantidade de opções de pagamento de acordo com a necessidade do cliente.

Paralelamente, observaremos um aprimoramento nas finanças incorporadas, por meio de plataformas de pagamento que oferecem novos serviços financeiros, como linhas de crédito e contas remuneradas. As mais bem-sucedidas são aquelas que conseguem atender a
todas as necessidades de seus clientes em um único lugar. Um ganha-ganha para ambas as partes: conveniência de um lado e oportunidade de aumentar as transações do outro.

Segurança e padronização

Como a cada ano, a segurança será um dos fatores-chave de diferenciação no mercado de pagamentos digitais. O crescimento da digitalização das finanças foi acompanhado por um preocupante aumento dos crimes cibernéticos. Na América Latina, os casos de fraude online, roubo de identidade, sequestro de dados e golpes virtuais aumentaram seis vezes com a retomada da atividade econômica e o apoio da IA, segundo a Kaspersky.

Embora essa preocupação não seja nova, o correlato necessário desse fenômeno será, do lado das empresas, um maior investimento e foco em questões de segurança. E do setor público, maior regulamentação e padronização de protocolos.

Felizmente, o avanço da tecnologia está mostrando resultados promissores. Um exemplo claro é a tokenização, que consiste na substituição de informações sensíveis, como os dados do cartão de crédito, por tokens únicos e criptografados. Isso significa que, mesmo no caso de um criminoso cibernético conseguir acessar as informações armazenadas, ele só obteria dados ininteligíveis e sem valor.

A tokenização não apenas protege a confidencialidade dos dados, mas também reduz significativamente a vulnerabilidade dos
sistemas a possíveis ataques. Esse método, ao fornecer uma camada adicional de segurança, não apenas fortalece a integridade das transações, mas também contribui de maneira crucial para a prevenção de fraudes, proporcionando aos usuários e comerciantes
uma maior tranquilidade no ambiente digital.

O equilíbrio adequado entre segurança, experiência do usuário e proteção dos dados individuais será uma chave no ambiente Fintech em 2024 e nos anos seguintes. Os desenvolvedores de tecnologia de pagamentos digitais que se destacarem nesse aspecto serão os principais vencedores.

«Consolidação» do ecossistema Fintech
Espera-se que até 2024, o ecossistema Fintech passe por uma fase de consolidação, na qual os atores mais estabelecidos se fortalecerão, enquanto os emergentes serão forçados a encontrar seu espaço por meio de propostas novas e melhores. Esse processo implica a maturação de modelos de negócios específicos, proporcionando maior previsibilidade aos clientes finais, sejam eles indivíduos ou empresas.

Num cenário em que cerca de metade dos adultos enfrenta restrições significativas ou ausência total de acesso a serviços bancários, os pagamentos digitais emergem como um componente essencial para promover a inclusão financeira. Por isso, as empresas devem continuar investindo no desenvolvimento e oferta dessas soluções.

De acordo com o Statista, estima-se que as transações digitais globais atinjam a soma de 10,6 trilhões de dólares em 2024, representando um crescimento próximo a 12%. No caso da América do Sul, projeta-se um crescimento ainda maior que a média mundial, cerca de 15%.

Cripto
O cenário das criptomoedas é percebido como «esperar para ver». Ainda há um caminho significativo a percorrer, sendo essencial consolidar os casos de uso para permitir uma compreensão mais aprofundada da evolução dessas tecnologias inovadoras.

Atualmente, a aceitação de criptomoedas nos pagamentos digitais é limitada. Embora tenham ocorrido avanços na integração dessas moedas digitais em várias plataformas de pagamento, a adoção geral por parte de comerciantes e consumidores ainda não atingiu
seu ponto máximo. A falta de aceitação em massa pode ser atribuída à volatilidade do mercado, à incerteza regulatória e à necessidade de uma maior educação sobre as vantagens e riscos associados às criptomoedas.

Pagamentos sem fronteiras

A evolução dos pagamentos é impulsionada por soluções tecnológicas inovadoras que eliminam as restrições geográficas e os desafios associados às transferências internacionais, incluindo remessas. Empresas especializadas em pagamentos oferecem plataformas ágeis e eficientes que permitem aos usuários realizar transações de qualquer lugar do mundo de maneira instantânea e a custos mais baixos.

Essa tendência transforma o cenário financeiro ao descentralizar o controle e a acessibilidade, proporcionando a indivíduos e empresas a capacidade de acessar serviços financeiros sem as limitações tradicionais de localização.

Além disso, essa evolução facilita o comércio e abre oportunidades para a inclusão financeira em áreas remotas e mercados emergentes, gerando um notável crescimento na adoção de pagamentos digitais em nível global.

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