O presidente eleito, Javier Milei

REDE ARGENTINA, 29 dez — O presidente Javier Milei formalizou nessa sexta-feira a renúncia da Argentina no BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) por meio de uma carta, anunciou hoje o Ministério das Relações Exteriores da Argentina, em um giro de 180 graus na política externa de Buenos Aires.

Milei enviou uma carta pessoal aos presidentes de cada um dos países que compõem o bloco para formalizar que o governo «não considera apropriado que a República da Argentina se junte ao BRICS como membro pleno a partir de 1º de janeiro de 2024».

Presidente Milei e Chanceler Mondino

«Como é do conhecimento dos senhores, a postura de política externa do governo que presido há poucos dias difere em muitos casos da do governo anterior», começa a carta assinada por Milei.

Na nota enviada aos líderes, o governo argumentou que «algumas decisões tomadas pela administração anterior serão revisadas, incluindo a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país no BRICS».

Depois de rejeitar a participação no bloco, Milei observou nas cartas que continuaria a manter vínculos comerciais com os cinco membros plenos do BRICS.

«Gostaria de enfatizar o compromisso do meu governo com a intensificação dos laços bilaterais com seu país, em particular com o aumento dos fluxos de comércio e investimento», diz cada uma das cartas.

Em agosto passado, quando o governo do então presidente Alberto Fernández anunciou a adesão ao BRICS, Milei já havia expressado sua rejeição à entrada no bloco.

«Nosso alinhamento geopolítico é com os Estados Unidos e Israel. Não vamos nos alinhar com comunistas», disse o libertário na época, acrescentando: «Isso não significa que o setor privado possa negociar com quem quiser».

Na mesma linha, após a vitória de Milei nas urnas, a atual ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, ratificou a decisão de rejeitar a participação no bloco. «Não nos juntaremos ao BRICS, não vemos nenhuma vantagem», disse ela.

A Argentina foi adicionada ao grupo de economias emergentes em agosto de 2023, e a incorporação efetiva deveria ocorrer a partir de segunda-feira, 1º de janeiro de 2024. A partir desse dia, o Egito, a Etiópia, a Arábia Saudita, o Irã e os Emirados Árabes Unidos se juntarão ao BRICS.

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