REDE ARGENTINA , 23 OUT – Apenas quatro empresas que operam na Argentina oferecerão seus produtos na SeaFood/Feira Latino-Americana de Frutos do Mar,  que começa nessa terça-feira 24 em São Paulo, em meio a uma disputa sobre as condições sanitárias entre as duas nações.

As empresas Newsan, Red Chamber, Traweluwn e Iberconsa,, confirmaram que participarão do encontro que começa na terça-feira e termina na quinta-feira no Pro Magno Centro de Eventos.

Isso representa a metade do número de empresas que se candidataram no ano passado, em meio a uma queda nas vendas de merluza para o Brasil e à imposição de requisitos sanitários por Brasília que a indústria argentina considera excessivos.

De acordo com um documento da Câmara de Armadores de Pesca e Congelamento da Argentina (CAPeCA) apresentado no Mercosul, desde o governo de Jair Bolsonaro e agora também no de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil tem rejeitado lotes de filés de merluza por terem excedido o nível de PH, sódio e, acima de tudo, a quantidade de parasitas no músculo do filé.

Os empresários argentinos ressaltam que «mesmo com parasitas, o produto é próprio para consumo humano, desde que não sejam ultrapassados os valores regulamentares que limitam sua segurança», de modo que tudo o mais parece mais um levantamento de barreiras para-tarifárias.

Além disso, em junho passado, o Brasil aprovou um novo Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade para peixes congelados, peixes congelados em salmoura e peixes congelados em salmoura para enlatamento.

O Brasil colocou o novo regulamento em consulta pública e a Argentina apresentou suas objeções a dois parágrafos de dois artigos diferentes.

Argentina deixou claro seu compromisso com a qualidade da produção de alimentos que exporta para o mundo e considerou que os parâmetros físico-químicos mencionados no regulamento brasileiro, que o peixe congelado deve cumprir, não são mais utilizados e não representam a qualidade dos produtos.

No caso da merluza exportada para o Brasil e rejeitada na fronteira brasileira, é a mesma pescada que é enviada para outros destinos, como Espanha, Estados Unidos, Portugal e Croácia.

Nos primeiros sete meses de 2023, a Argentina exportou 34.268 toneladas de merluza, em comparação com 32.318 toneladas no mesmo período do ano passado. Mas os destinados ao Brasil caíram consideravelmente, de acordo com CAPeCA, com base em dados oficiais.

Entre janeiro e julho, acumularam 10.809 toneladas, 18% a menos do que no mesmo período de 2022. Essa diminuição gerou menos receita em moeda estrangeira. Foi de US$ 35,2 milhões, 23,2% a menos que em 2022, com um preço médio de US$ 3.256 por tonelada, 6,4% a menos que no ano anterior.

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