REDE ARGENTINA, 19 OUT – No domingo 22 de outubro os argentinos irão às urnas para participar das eleições gerais que determinarão o próximo presidente e vice-presidente do país para um mandato de quatro anos, além de renovar 130 deputados e 24 senadores, mais da metade de ambas as câmaras.
A maioria das pesquisas mostra uma disputa acirrada entre dois candidatos: o economista liberal Javier Milei, da La Libertad Avanza (LLA), e o atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, da coalizão Unión por la Patria (UPP). Mais atrás, de acordo com as pesquisas, está Patricia Bullrich, da aliança Juntos por el Cambio (JxC).
Milei, que ganhou popularidade nos últimos meses com um discurso antissistema e ultraliberal – que foi rotulado pela ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner como anarco-capitalista – lidera as pesquisas com 34% dos votos, seguido por Massa com 29%, enquanto Bullrich parece não conseguir ultrapassar a barreira dos 25 pontos.
As eleições, para as quais quase 36 milhões de eleitores estão aptos a votar, serão realizadas entre 8:00 e 18:00, horário local. Se nenhum candidato receber mais de 45% dos votos, um segundo turno será realizado em 19 de novembro.
No entanto, o comparecimento dos eleitores é um fator fundamental nas eleições da Argentina. Nas eleições presidenciais de 2019, o comparecimento dos eleitores foi de 81,01%, o maior desde as eleições de 1983.
Nas eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO) de 14 de agosto, o comparecimento dos eleitores foi de cerca de 70%.
Precisamente, na PASO, Milei foi o candidato mais votado, com quase 30,04% dos votos, seguido por Massa com 21,4% e Bullrich com 17%, mas os dois últimos tiveram que definir uma eleição interna com outros candidatos de seu próprio espaço, de modo que, na soma, suas coalizões obtiveram 27,27% e 28,28%, respectivamente.
Essa eleição também terá a peculiaridade de que a maioria das províncias dividiu suas eleições e já realizou ou não realizará eleições este ano, o que significa que os eleitores não encontrarão líderes provinciais em suas cédulas, enquanto os candidatos e seus partidos estão usando mais a mídia nacional do que seus eventos típicos de campanha.
A experiência do governo do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), do qual Bullrich foi ministro, durante o qual houve uma queda recorde no PIB e nos salários, além de 46 meses consecutivos de queda no índice de produção industrial, somou-se ao histrionismo exótico de Milei e sua proximidade com personagens e ideias relacionadas à última ditadura militar (1976-83), parecem ser os principais pontos a favor da candidatura do Ministro Massa, que não consegue endireitar a economia argentina, sobrecarregada por uma dívida externa de quase 100% do PIB, inflação de cerca de 150% ao ano e quase 40% da população vivendo abaixo da linha da pobreza.