REDE ARGENTINA 17 SET – Em Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, encontra-se o «Trem do Fim do Mundo», construído no início do século XX pelos detentos da prisão da província de Tierra del Fuego.
Lá, onde o oceano encontra a Cordilheira dos Andes e o mar encontra a neve, esse trem viaja pelo meio de uma floresta, uma das principais excursões para conhecer esse lugar. O Trem do Fim do Mundo, uma das principais atrações turísticas de Ushuaia, tem tido uma demanda tão alta que foi necessário adicionar 90 assentos em novos vagões, de acordo com a empresa concessionária da atração.
Os novos carros não apenas aumentarão a capacidade, mas também melhorarão a qualidade e o conforto da experiência de viagem.
A Estação Principal fica a apenas 7 quilômetros da cidade de Ushuaia e, a bordo do trem, o turista poderá ouvir a história dos prisioneiros que vinham diariamente cortar madeira nessa área e apreciar as magníficas paisagens, compostas pelo ziguezagueante Rio Pipo, a cachoeira La Macarena, o cemitério de árvores e a majestosa floresta de lengas, em um percurso também de 7 quilômetros.
Dessa forma, o viajante visitará uma parte inacessível do Parque Nacional Tierra del Fuego, onde poderá desfrutar dessa experiência a bordo de uma ferrovia antiga, com suas locomotivas a vapor e vagões elegantes que possuem janelas grandes e um sistema de áudio individual em diferentes idiomas para apreciar a natureza ao redor e também conhecer uma parte muito importante da história de Ushuaia.
Em 1902, com a chegada do engenheiro Catello Muratgia, iniciou a construção da prisão de Ushuaia. Nesse momento, foi também inaugurado o primeiro xilocarril, que consistia em vias de madeira e, uma locomotiva a vapor com carruagens planas empurradas por bois, cavalos e, em alguns casos, até pelos próprios presos.
Em 1910, o xilocarril foi substituído por um «decauville», que é um tipo de via férrea com estreitas vias metálicas, tornando-se o meio de transporte mais importante em funcionamento na cidade de Ushuaia. Nesse momento, tinham duas locomotivas para transportar os prisioneiros que efectuavam diariamente a viagem, a fim de carregar o material recolhido durante o dia de trabalho.
O Trem do Fim do Mundo saía da prisão de manhã para o Monte Susana. No final do dia, o trem regressava, em alguns casos com os presos na carga que transportavam ou, em outros casos, com os presos que empurravam.
Em 1947, sob o mandato presidencial de Juan Domingo Perón e do Director Nacional dos Institutos Penitenciários, Roberto Pettinato Sr. Nos anos seguintes, o trem continuou a funcionar para a produção das oficinas locais. Em 1949, um forte terramoto, ocorrido na cidade de Ushuaia, provocou um colapso que destruiu as vías do trem tornando-se impossíveis para trabalhar e o seu posterior abandono durante muitos anos, até à década de 90, quando começou a recriação do comboio