(Rede Argentina) 10 SET – Um relatório de um think tank ligado à candidata presidencial da oposição Patricia Bullrich, do partido de direita Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança), afirma que o governo argentino pediu às empresas privadas usar recursos própios para adquirir dívida comercial em dólares para importações, que serão devolvidos em futuras operações de câmbio pelo Banco Central.
Essa operação gerou dívidas do governo central com o setor privado no valor de 10 bilhões de dólares durante 2023, diz, com base em dados oficiais, o relatório do IERAL, o think tank econômico da Fundación Mediterránea.
A fundação, presidida pelo economista Carlos Melconian, ex-presidente do Banco Nación, elaborou o plano econômico de Bullrich, ex-ministra da Segurança do presidente Mauricio Macri (2015-2019) e ex-ministra do Trabalho de Fernando de la Rúa (1999-2001).
De acordo com a pesquisa, o governo da presidente Fernández, diante da falta de dólares, aumentou o processo de endividamento direto com empresas privadas que estão sendo chamadas a adquirir moedas estrangeiras para importações no mercado devido à escassez de dólares no Banco Central.
O governo de Alberto Fernández mantém uma taxa de câmbio oficial de 350 pesos por dólar, enquanto a taxa no mercado ilegal ou livre é de 710 pesos, o chamado dólar blue.
O Ministro da Economia, Sergio Massa, candidato do governismo (Unión por la Patria) para as eleições presidenciais de 22 de outubro, manteve essa política de divisão da taxa de câmbio desde que assumiu o cargo em agosto do ano passado.
Somente no mês passado, essa dívida chegou a 10 bilhões de dólares, de acordo com cálculos feitos pelo IERAL, com base em dados oficiais.
Com o que foi comprometido em agosto, essa dívida chega a 41,9 bilhões de dólares desde dezembro de 2019, quando Alberto Fernández assumiu o cargo, acompanhado por Cristina Fernández de Kircher como vice-presidente, indicou o IERAL.
Em julho, último dado oficial, somente a dívida financeira do Estado Nacional alcançou 403.081 milhões de dólares, com um crescimento médio de 2 bilhões de dólares por mês desde 2019.
No mesmo mês do ano passado, os compromissos totalizaram 378,320 bilhões de dólares, um aumento de 24,761 bilhões de dólares em 12 meses.