(Rede Argentina) Os candidatos presidenciais da oposição, o economista libertário Javier Milei (La Libertad Avanza, LLA) e Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio, JxC), manifestaram-se contra a entrada da Argentina nos Brics (Brasil, Rússia, China e África do Sul), anunciada em conjunto pelo bloco e pelo presidente argentino, Alberto Fernández. Além da Argentina, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia, os Emirados Árabes Unidos e o Irã também aderiram.

«O nosso alinhamento geopolítico é com os Estados Unidos e Israel. Não vamos nos alinhar com os comunistas», disse Milei, vencedor com 31% dos votos nas eleicoes primarias PASO e considerado a grandes= revelação do proceso eleitoral argentino e favorito para as eleiçoes de 22 de outubro.

Porém, Milei tinha falado há alguns meses que «isso não significa que o setor privado possa negociar com quem quiser», caso vença em outubro.

El fuerte cruce entre Milei y Patricia Bullrich: "Que no se meta con mi  marido" | Perfil


Milei insistiu que não negociará com a China ou com o Brasil e atacou o partido de Bullrich, também de direita: «Ao contrário das mentiras que o Juntos por el Cambio e meios de comunicação  que respondem à seus interesses tentam estabelecer, queremos que o setor privado possa negociar com quem quiser».   
Em seu discurso no Conselho das Américas, que está sendo realizado em Buenos Aires, o vencedor das últimas eleições primárias também analisou acerca da «decadência argentina» e apontou contra a «casta política», os empresários «corruptos» e os jornalistas.

Por sua vez,  Bullrich, ex-ministra de Segurança de Mauricio Macri (2015-2019) e ex-ministra de Trabalho de Fernando de la Rúa (1999-2001), foi uma das primeiras a expressar sua «posição contrária» e questionar o presidente argentino: «Ele está em uma situação de enorme fraqueza, incapaz de exercer seu cargo de presidente e comprometendo a Argentina. Em nosso governo, o país não estará nos Brics».

«Quero deixar uma coisa bem clara: declaramos nossa posição contra a entrada no Brics», disse Bullrich, falando esta manhã perante o Conselho das Américas, reunido no Hotel Alvear, em Buenos Aires.

«Há poucos minutos, o Presidente da Nação, que, como todos sabemos, está em uma situação de enorme fraqueza e incapaz de exercer sua posição como Presidente, acaba de comprometer a Argentina a aderir aos Brics», acrescentou Bullrich em relação ao anúncio de que o país se juntará formalmente ao bloco a partir de 1º de janeiro de 2024.

A candidata da direita tradicional disse que o contexto da entrada da Argentina nos Brics ocorre «enquanto se desenrola a invasão da Ucrânia e, mais ainda, junto com a entrada do Irã (cuja adesão aos Brics também foi confirmada hoje), país com o qual a Argentina tem uma profunda ferida aberta devido aos ataques terroristas antissemitas e antiargentinos em nosso território».  Ela se referiu aos ataques terroristas contra a embaixada israelense em 1992 e a sede da associação da comunidade judaica Amia em 1994. 

«Acreditamos em uma ordem internacional baseada em regras para preservar a paz e o respeito ao direito internacional; a Argentina sob nosso governo não estará no Brics», resumiu Bullrich.

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