REDE ARGENTINA, 5 dic — Para os brasileiros, acabou o inferno de passar as férias buscando formas de melhorar seus rendimentos em reais durante viagens à Argentina. Desde o final de 2022, o governo argentino interveio no mercado de câmbio com o decreto 7630/22 para permitir aos turistas que pagam com cartões de crédito e débito uma facilidade para escapar de operações de câmbio ilegais ou não registradas. Rede Argentina consultou especialistas para explicar a metodologia.

Na Argentina, os turistas podem usar o chamado dólar MEP para cartões emitidos no exterior. Para os brasileiros, é um upgrade na qualidade da visita à Argentina, dentro do sistema e com vantagens comparativas na taxa de câmbio.

Não é mais necessário se arriscar na Rua Florida com um cambista ilegal. O dólar MEP é  cotado 82% a mais que o dólar oficial e um pouco menos que o dólar Blue ou informal. O dólar MEP significa dólar do Mercado Eletrônico de Pago.

Esse benefício permitiu que o governo argentino permitisse que os turistas gastassem dentro do sistema, mas também deu segurança aos turistas em lojas, restaurantes e atrações. Especialmente os brasileiros, que estão acostumados a cartões, pix e a não usar grandes quantidades de notas acumuladas no bolso.

Por outro lado, em muitas lojas, o pagamento em dinheiro pode ser conveniente, com um desconto de 10%. Isso é legal e comum entre os argentinos. Os comerciantes economizam os custos  dos terminais de pagamento.

A Rede Argentina consultou a empresa argentina GEOPAGOS, que atua em vários países e fornece tecnologia de sistema de pagamento. Julián Lisenberg, cofundador e CSO da GEOPAGOS, explicou que os cartões já foram adaptados ao dólar MEP para facilitar a vida dos viajantes.

«No final de 2022, o governo argentino implementou um mecanismo pelo qual os turistas seriam reconhecidos pelo dólar MEP em vez da taxa de câmbio oficial ao fazer pagamentos com cartões. Essa medida, que já foi adotada pela Visa e pela Mastercard, tornou mais conveniente fazer pagamentos com cartões do que com dinheiro. Além disso, ao pagar com cartão, os turistas brasileiros evitam ir a um mercado ilegal, com todos os riscos que isso implica, e também não precisam carregar tantas cédulas», explicou Lisenberg.

De acordo com o cofundador da GEOPAGOS, a empresa está atualmente trabalhando em iniciativas para tornar os QRs interoperáveis em nível regional no futuro, e isso permitiria que alguém do Brasil pagasse um QR argentino e vice-versa, de modo que um argentino pudesse usar uma de suas carteiras para pagar um comerciante com Pix no Brasil.

«O dinheiro vivo, segundo o executivo, ainda é um método de pagamento aceito e utilizado. No entanto, os turistas de hoje estão buscando comodidade, agilidade e segurança. Para oferecer isso, os serviços turísticos e hotéis têm que incorporar progressivamente mais e melhores métodos de pagamento. Na Geopagos, pensamos nas necessidades específicas de cada segmento para acompanhar o setor nesse caminho», explicou.

A assessoria de imprensa brasileira da empresa internacional de cartões de crédito e débito Wise disse à Rede Argentina que o cartão segue na Argentina a cotação e os métodos de pagamento adotados pelo cartão VISA.

«Atualmente o câmbio praticado pela Wise na Argentina é o utilizado pela Visa. Assim, o cliente que viaja à Argentina deve possuir saldo em dólares americanos na sua conta da Wise e escolher gastar em pesos argentinos, e a Wise fará a conversão utilizando a cotação operada pela Visa. Desta maneira, os clientes do cartão da Wise podem se beneficiar da cotação do dólar americano mais favorável ao gastar dinheiro com o cartão da Wise na Argentina», disse a Wise, em nota.

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