O Ministério da Economia pagou hoje ao Fundo Monetário Internacional (FMI) US$ 2,7 bilhões, que serão compostos em parte por Direitos Especiais de Saque (DES), a unidade de conta utilizada pela instituição, e em parte por «yuanes de livre disponibilidade», conforme informado nesta quinta-feira pela porta-voz Gabriela Cerrutti.

Dessa forma, «cumpre-se o acordado com o Fundo e, ao mesmo tempo, não se colocam em risco as Reservas do Banco Central», disse a funcionária durante uma coletiva de imprensa.

A verdade é que ainda não foi especificado quanto dos US$ 10 bilhões concedidos pela China à Argentina serão utilizados para pagar ao FMI, nem a taxa pela qual o país asiático será pago por esse empréstimo.

Esse pagamento é feito enquanto continuam as negociações com o FMI para antecipar desembolsos de 10 bilhões de dólares, que permitiriam ao país ter reservas para operar no mercado financeiro e evitar uma fuga cambial.

Sobre esse assunto, o ex-diretor do FMI, Alejandro Werner, considerou nesta quarta-feira que «é pouco provável que o programa tenha recursos adicionais significativos para que a Argentina possa utilizá-los para intervir no mercado cambial«.

O ex-funcionário do organismo estimou que «se houver (recursos adicionais), serão poucos porque o FMI sabe que empresta para um programa que não faz sentido e porque também terão um uso eleitoral. Além disso, sabem que entre dezembro e fevereiro terão uma negociação com um novo governo que provavelmente também solicitará novos recursos».

As palavras de Werner à Radio Rivadavia contrastaram com as do Secretário de Desenvolvimento Produtivo, José de Mendiguren (foto), que assegurou ter trabalhado com a equipe técnica do Fundo «e somos otimistas em conseguir um acordo vantajoso para a Argentina».

«O objetivo é adiantar fundos que seriam alocados até o final do ano, adiar ou renegociar os vencimentos que ocorreram agora no curto prazo, ou seja, adaptar os compromissos com o Fundo às possibilidades da Argentina», disse De Mendiguren em declarações à FM La Patriada.

A Argentina deve cerca de US$ 46,00 milhões ao FMI como parte de um Programa de Facilidades Estendidas acordado com o organismo em março de 2021.

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